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Apesar de ser liderado por uma maioria republicana mais próxima de Donald Trump (que se opõe ao apoio à Ucrânia por parte do Estados Unidos da América), o Congresso norte-americano aprovou um novo pacote de ajuda à Ucrânia no valor de 61 mil milhões de dólares (57 mil milhões de euros), este sábado, dia 20, em Washington. Há muito que este apoio era solicitado por Volodymyr Zelensky e pelas tropas ucranianas para conseguirem travar os avanços da ofensiva russa. Agora, o impasse nas políticas americanas chega finalmente ao fim com o resultado esperado pela Ucrânia, mas amplamente criticado pela ala russa. Além deste país que luta contra a invasão russa, o pacote de ajuda dos EUA inclui também apoio a Israel e a Taiwan. No total, são de 95 mil milhões (89 mil milhões de euros) de ajuda externa.
Esta assistência militar e económica acabou por receber apoio das duas bancadas parlamentares americanas (republicanos e democratas) com 311 votos a favor e 112 contra.
Durante meses, o líder da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, recusou-se a colocar em votação a ajuda externa solicitada por Joe Biden. No entanto, o ataque do Irão a Israel pressionou o republicano a avançar com, pelo menos, a proposta de ajuda a Israel, o principal aliado dos EUA no Médio Oriente e que tem grande apoio dos republicanos. Mike Johnson acabou por colocar em votação igualmente a ajuda à Ucrânia e a Taiwan, em projetos separados, e todos foram aprovados. Esta estratégia, contudo poderá custar-lhe o cargo já que dois congressistas radicais do seu partido ameaçaram apresentar uma moção de censura, acusando-o de estar a colaborar com os democratas.
Agora, o pacote ainda terá de ser aprovado no Senado, onde uma primeira votação poderá ocorrer já na próxima terça-feira, dia 23. Depois, ainda será necessária a aprovação final do Presidente norte-americano. Esta última deverá estar garantida já que Joe Biden já veio classificar a decisão do Congresso como um “momento histórico” de “ajuda crucial” aos três países. Para o Presidente dos EUA, este programa de ajuda envia “uma mensagem clara sobre o poder da liderança norte-americana em todo o mundo”.
Como seria de esperar, não tardou uma reação efusiva por parte da Ucrânia à decisão norte-americana. Volodymyr Zelensky saudou uma ajuda que irá contribuir para “salvará milhares e milhares de vidas”. Outro dos beneficiados, Benjamin Netanyahu, também saudou o apoio “muito bem-vindo” de um dos seus maiores aliados.
Do lado oposto, colocaram-se os representantes de Moscovo. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, ameaçou que esta decisão “vai agravar as crises mundiais”.
Zelensky diz que ajuda dos EUA “salvará milhares e milhares de vidas”
O Presidente ucraniano foi uma das primeiras figuras a agradecer o pacote de ajuda de quase 61 mil milhões de dólares aprovado pelos EUA dizendo que “salvará milhares e milhares de vidas”.
“A lei de ajuda vital aprovada hoje na Câmara dos Representantes vai impedir a guerra de se propagar, salvará milhares e milhares de vidas e ajudará os nossos dois países a serem mais fortes”, escreveu Volodymyr Zelensky na rede social X (antigo Twitter), ao mesmo tempo que se mostrou “agradecido” aos parlamentares norte-americanos e, em particular, ao presidente da câmara baixa, o republicano Mike Johnson.
“A democracia e a liberdade terão sempre significado global e nunca vão fracassar enquanto a América ajudar a protegê-las”, acrescentou. Agora, o Presidente ucraniano espera que o pacote de ajuda receba em breve a aprovação do Senado e a aprovação final do Presidente norte-americano.
NATO saúda aprovação de ajuda norte-americana
Também o secretário-geral da NATO saudou a aprovação pela Câmara dos Representantes dm pacote de ajuda à Ucrânia. Numa mensagem publicada na rede social X, Jens Stoltenberg congratulou-se com a aprovação de “um novo programa de ajuda importante para a Ucrânia”, no valor de cerca de 61 mil milhões de dólares.
“A Ucrânia usa as armas fornecidas pelos aliados da NATO para destruir as capacidades de combate russas. Isto vem reforçar a segurança de todos na Europa e na América do Norte”, declarou este sábado.
Presidente do Conselho Europeu considera que ajuda dos EUA envia “mensagem clara” a Moscovo
Em representação da União Europeia, o presidente do Conselho Europeu congratulou-se com a aprovação pelos EUA do pacote de ajuda à Ucrânia, considerando que envia uma “mensagem clara” a Moscovo.
“Congratulo-me com a votação da Câmara dos Representantes dos EUA que aprovou um pacote de ajuda crucial e há muito aguardado para a Ucrânia. Isto envia uma mensagem clara ao Kremlin: aqueles que acreditam na liberdade e na Carta das Nações Unidas continuarão a apoiar a Ucrânia e o seu povo“, escreveu Charles Michel na sua conta na rede social X.
Moscovo diz que decisão dos EUA “vai agravar crises mundiais”
Em direção contrária posicionou-se o executivo de Vladimir Putin já que poderá voltar a ter mais dificuldades em enfrentar a ofensiva ucraniana na invasão a que deu início em 2022.
“A atribuição de ajuda militar dos Estados Unidos à Ucrânia, a Israel e a Taiwan vai agravar as crises mundiais: a ajuda militar ao regime de Kiev é um apoio direto às atividades terroristas; a Taiwan, uma ingerência nos assuntos internos da China; a Israel, uma via direta para um agravamento sem precedentes da situação na região”, criticou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, através da plataforma digital Telegram.
“A decisão de fornecer uma ajuda à Ucrânia era esperada e previsível. Ela vai enriquecer ainda mais os Estados Unidos da América e arruinar ainda mais a Ucrânia, matando ainda mais ucranianos por causa do regime de Kiev”, acrescentou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, citado pela agência noticiosa estatal TASS.
Rangel saúda decisão dos EUA
O Governo português também saudou a decisão norte-americana através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
Numa reação divulgada na rede X, o chefe da diplomacia portuguesa afirmou que “Portugal saúda a aprovação, pelo Congresso dos Estados Unidos, de um pacote de ajuda de 61 mil milhões de dólares [57 mil milhões de euros] à Ucrânia”. E acrescentou: “Juntamente com a União Europeia, apoiamos a Ucrânia na defesa dos nossos valores e princípios democráticos comuns”.
Netanyahu diz que ajuda dos EUA “defende a civilização ocidental”
Outro dos grandes beneficiários da decisão do Congresso norte-americano é Israel já que irá receber um apoio de 26,4 mil milhões de dólares (24,7 mil milhões de euros) para continuar a guerra com o Hamas. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita, saudou o “muito bem-vindo apoio” de um dos seus principais alidados.
“O Congresso dos Estados Unidos acaba de aprovar de forma esmagadora um projeto de lei de ajuda muito bem-vindo que demonstra um forte apoio bipartidário a Israel e defende a civilização ocidental. Graças aos nossos amigos, graças à América”, escreveu Benjamin Netanyahu na rede X.
O apoio destina-se a sistemas de defesa antimísseis, aquisição de sistemas avançados de armas de defesa e assistência humanitária.
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RPT