África, Deutsche Welle, Português

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A sociedade civil e os principais partidos aumentam o tom das críticas depois da subida do preço do arroz, na semana passada.

É um “aumento desproporcional” dos preços de um produto de primeira necessidade, comenta Ussumane Camará, líder da juventude do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), em declarações à DW África.

“Se a vontade popular expressa nas urnas não fosse interrompida da forma como foi, nada disto teria acontecido”, continua.

Um saco de arroz, que custava entre 26 e 34 euros, passa agora a custar entre 33 e 36 euros. “É uma subida inexplicável”, diz Braima Camará, coordenador do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15).

“É uma medida unilateral que o Governo assumiu. O MADEM não tem nada a ver com isto”, declarou.

Partido Luz “apanhado de surpresa”

Para Lesmes Monteiro, presidente do partido Luz da Guiné-Bissau, que integra o atual Executivo, o aumento do preço do arroz é de lamentar e evidencia falta de planeamento e de comunicação preventiva por parte do Governo.

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“Todos nós fomos apanhados de surpresa. Antes da tomada desta decisão, os cidadãos mereciam ser informados pelo Governo sobre as implicações, afirma o político. “A questão do arroz é muito sensível. É algo que se reflete na economia diária dos guineenses”, lembra.

Lesmes Monteiro admite, porém, que o partido Luz não se pode isentar da responsabilidade política por esta decisão, enquanto membro do atual coletivo governamental.

“Vamos fazer um esforço, enquanto partido dentro do quadro da governação, para encontrar uma solução que possa aliviar o bolso da população guineense”, promete.

“Insensibilidade” do Governo

O analista politico Bubacar Turé diz que “nenhum argumento serve para justificar uma decisão desta dimensão e que empurra a população para a fome e a insegurança alimentar”. 

Turé conclui que, com esta “decisão lamentável”, o Governo assume que “não tem qualquer sensibilidade” em relação aos problemas sociais que afligem o povo guineense.

“O Governo sabe que tem outras alternativas para fazer a contenção das despesas, nomeadamente com cortes nos subsídios milionários e cortes nas viagens desnecessárias, que hoje constituem um cancro para as finanças públicas”, refere.

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